Conversa antiga essa. Com a direita e com a esquerda, progressista e conservador, essa conversa rende. É conhecimento produzido pra gente produzir mais, por menos, em menos tempo… É conhecimento que tenta melhorar condições de trabalho, promover saúde, lucro, vida e morte.
Mas por que trabalhamos?
No meu mestrado, eu ouvi como resposta a essa pergunta assim “pra ganhar dinheiro”, “pra promover cuidado”, “porque faz sentido na minha história de vida”, “porque sim”.
Outro dia, um sujeito que era jovem, nunca tinha trabalhado, estava me contando que estava com medo de não dar conta do trabalho, tinha conseguido o primeiro emprego. No final do mês, me contou como seu dia era cheio, como tinha responsabilidades e como ele conseguia desempenhar seu papel e se relacionar e tinha algum poder diante do dinheiro que tinha. Podia levar a namorada pra tomar sorvete.
Moral da historia: trabalhamos por um monte de motivos e alguns dinheiros que nos permitem fazer mais um tanto de coisas.
O trabalho, enquanto atividade humana, é o que fazemos e marcamos enquanto nossa existência no mundo. Se isso tem nome de emprego, de empreendedorismo, de bico, de ajudinha, “forcinha”, é outra história.
E é essa outra história que vemos nos trazer problemas. É a tal da expressão do título “tanto”. Tem excessos aí, excessos que marcam. “Trabalho de mais porque ganho de menos”, “por que preciso fazer alguma coisa da vida”, “por que é isso que adultos fazem”.
Criança não, criança dá trabalho.
A gente questiona porque criança brinca tanto? Pede pra criança parar de brincar um dia inteiro. Alias, não peça, faz mal, muito mal pra criança!
Então o problema não esta no trabalho em si, está nas condições dele, no entorno dele, no quanto o meu trabalho me garante e amplia minha capacidade de agir no mundo.
A gente trabalha até de graça, até sem ser solicitado, até sem querer, fornecendo nosso tempo, nossos dados. Fazemos isso com prazer. Somos recompensados com anúncios, bônus, vouchers, ofertas gratis. Mais do mesmo, na realidade.
E o que te oferecem? Era mesmo aquilo que você estava buscando? Te impulsionar pra chegar mais perto da onde você que ir?
Deixe um comentário