Eita! Olha o preconceito! Rs. Mas vamos lá.
Você já deve ter se perguntado isso em algum momento esse ano, esse mês, hoje…
A questão sobre a aparente inteligência das pessoas e o que isso significa em termos de atitudes é controversa até na Psicologia enquanto campo da ciência, mas há pontos de convergência entre as abordagens…
Explico isso contando de uma discussão de um professor meu que estudava o Quociente de Inteligência e trazia dados que outros professores, de abordagens, digamos mais culturais e sociais discordavam aberta e enfaticamente.
E por que isso acontece? Acontece porque o que chamamos de inteligência não é um conceito unânime. E mesmo inteligência não se resume hoje em QI, em anos de estudo, construção de habilidades e competências, em ter caráter inato ou criado ao longo das experiências de vida. Tem tudo isso e tem também temperamentos, personalidades, contextos, criação, exposição ao diferente, ou novo.
Então o que você chama de inteligência é o quê? O que você chama de idiota é o que? A construção da realidade vai tambem por ser uma experiência legitimada ou não pelas pessoas ao redor e situadas num determinado contexto histórico.
Tomar vacina é um ato inteligente? Eu penso que é! Precisa de estudo pra isso? Eu acredito que não, nem ter feito muitos anos de escola. A ciencia tem um tanto de vieses e que muitas vezes se contradiz? Tem. Quem produz ciência é mais inteligente que quem não produz? Não.
A questão também passa pelas consequências das decisões na coletividade e no tempo. Se a gente pega essa questão da vacina. A ideia de vacina é criar imunidade entre as pessoas para uma doença. Nem todo mundo precisa estar vacinado para uma doença ser erradicada. Precisa de um grupo grande o suficiente que banque tomar vacina e proteja um outro grupo menor e geralmente mais vulnerável. É inteligente tomar vacina, porque você se garante e garante a sua contribuição para a imunidade dos mais vulneráveis. E ao longo do tempo podemos erradicar algumas doenças. Já fizemos isso.
Então o que acontece?
Acontece que temos uma população que aumentou seu acesso ao consumo, mas não à produção de conhecimento. Temos pessoas com profundas dificuldades de percepção e integração das informações disponíveis, grande número de fake news, e uma ciência tão científica que esqueceu como falar na língua corrente. Esqueceu de contar o que faz. Fechou-se em si mesma.
A Ciência, enquanto instituição criou um tanto de regras para atestar e defender a produção de conhecimento. Conhecimento esse que não difere do senso comum em termos de valor, mas se diferencia em termos de minucia das informações produzidas e aplicação de um método que precisa da chancela de outras pessoas.
O problema é a comunicação desse conhecimento criado e o acesso das pessoas à escolha de como agir e se responsabilizar sobre isso.
Ou seja fazer coisas idiotas todos podemos fazer, mas temos enquanto grupo cultural pouca habilidade em assumir responsabilidade sobre qualquer coisa que fazemos. Seja idiota ou inteligente.