Mais difícil que controlar nossas emoções é controlar a de quem está ao seu redor.
Por isso nem tente.
A ideia de controlar emoções talvez seja uma mentira que andaram contando e muita gente acreditou ser verdade. A gente não controla nossas emoções, a gente sente e lida com o que a gente faz delas.
Com o outro é a mesma coisa. A gente não controla as emoções e sentimentos do outro. A gente lida com os comportamentos que são gerados por eles e com o que isso gera de emoções e sentimentos nossos.
Se eu sinto raiva quando te vejo chorar de tristeza, não é te pedindo pra parar o choro que me livro da raiva. Nada a ver.
Se você chora porque está triste. Eu sinto raiva porque me sinto afrontado. Agora por quê me sinto afrontado com a sua tristeza? O que me incomoda você ter seus sentimentos?
Gerir a emoção do outro passa por gerir a emoção que esse outro desperta em nós. O sentimento é nosso. Responsabilizar-se nesse processo ás vezes é perceber que ás vezes sentimos o mesmo que o outro e não damos conta de expressar abertamente essa emoção.
Se o outro chora. Eu também posso chorar. Se o outro fica triste. Eu também posso me entristecer. E é nessa percepção que a gente pode se aproximar do outro, de acolhê-lo e nos acolher. Permitir a nós mesmos sairmos de um posicionamento arrogante e impotente para um posicionamento compassivo e potente.
A potência está em nos apropriar das nossas emoções e deixar o outro com as dele. Lidando do jeito dele. Se esse outro quiser ajuda, ajudamos. Não há como nos ocuparmos das soluções de seus problemas. Temos os nossos para lidar.