Duas palavrinhas polêmicas, que juntas nos aumentam a capacidade de agir.
Como ser livre?
Como lidar com as emoções que temos?
Quando penso em liberdade algumas imagens me vêm:
Penso em uma pessoa feliz e bem consigo mesma, tomando um café, no seu tempo. Respirando fundo, sozinha.
Outra imagem é alguém falando o que acha e sente a todas as pessoas. Sentindo-se capaz de dizer pro outro como se sente. Não aparece a imagem desse outro ou ele é só expectador.
Quando penso em liberdade e emoções, essas imagens me parecem solitárias. Liberdade é capacidade de agir. Acolher as emoções também é. E as duas coisas andam juntas quando a gente se percebe em um ambiente maior, mais complexo, um ambiente em que o outro importa e é considerado.
Gosto do conceito emancipação. É mais difícil de alcançar. Ele envolve o reconhecimento de liberdades, de limites, de que o outro influencia nessa capacidade de agir, seja potencializando, seja limitando. Um outro que pode ser alguém que nos escuta dar a nossa opinião sobre ele, e também responde á nossa opinião. Respeita e é respeitado.
Uma liberdade em acolher nossas emoções é também nos deixarmos livres para não responder a elas de vez em quando. Ser livre pra sentir e escolher como responder. Uma liberdade que amplia o rol de pessoas na rede de apoio ao invés de se fiar em uma só ou em um grupo só.
Nesse momento em que se pede isolamento social, é difícil conciliar liberdade e emoções e estar sozinho ou em intensa convivência com o outro num mesmo lugar. Mas é possível. Vai exigir adaptação, criatividade e treino. Muito erro e acerto. Muito acolhimento e limite. Muita convivência e solitude.
Liberdade e as emoções se conciliam no exercício de aceitar o paradoxo entre falar e silenciar, ouvir e responder. Acolher e colocar limites.
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