Palavra da moda hoje , que já virou clichê, é autoconhecimento. Todas as plataformas de saúde mental, de coaching, liderança vão falar dessa palavrinha-chave.
Mas tem uma coisa que eles não falam: autoconhecimento é diferente de AltoConhecimento. Inventei essa palavra pra diferenciar a ânsia por ter grande saber teórico sobre o si mesmo que nada mais é que investimento (de energia, financeiro e de tempo) no consumo de si. Não há retorno se não para quem é guru. Pro ser humano que pagou o curso, ah, esse é co sumido pela insegurança de que sabe pouco sobre si. Como se ecoasse a frase do Sócrates “só sei que nada sei”… e ficam com o pensamento “bem, ele que é imortal não sabe nada, eu que sou só eu mesmo, sei muito menos”. E consomem mais e mais saberes sobre um si mesmo inexistente.
Esse texto pode parecer um soco no seu estômago, e espero que seja, viu! Mas o que quero com ele é falar que autoconhecimento traz capacidade de agir, não segurança. É fazer emergir vulnerabilidades, monstros, problemas e junto com eles recursos, criatividades, empatia, conexão consigo sim, mas principalmente com o que está ao redor. E o retorno é para nós mesmos, pois nutre, acolhe e compartilha da experiência de ser humano.
Os vários cursos criados para esse fim só têm validade mesmo quando postos na prática. Sério. É na prática que corta a carne viva que a gente se conhece. Não estou falando de sofrimento. Pode ter sofrimento, mas é uma parte da experimentação que traz conhecimento. E isso depende menos do professor que do aluno. Viver em primeira pessoa, escolher, sentir, se frustrar, conseguir tem um custo, e este sempre retorna (pode ser até financeiramente, e também na energia de vida, no senso de pertencimento, no compartilhamento de experiências).
Minha provocação hoje é: Quer fazer cursos, terapia, coaching, imersão, retiro para autoconhecimento? Faz. E aproveita pra de fato ir e pegar mais que teoria. Aproveita pra colocar em prática e verificar se tem sentido o que foi falado no curso. Experimenta se perguntar, se ensinar, se pesquisar. Quem sabe, você não vira seu próprio professor de autoconhecimento.
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